sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

construindo a Igreja

Construindo a Igreja






"Quando vossos filhos vos perguntarem: 'Que significa este rito?', respondereis: 'É o sacrifício da Páscoa do Senhor, quando ele passou diante das casas dos filhos de Israel no Egito, ferindo os Egípcios e livrando nossas casas' ". Então o povo, ouvindo isto, prostrou-se e adorou. E, saindo dali, os filhos de Israel fizeram o que o Senhor tinha mandado a Moisés e Aarão. (Ex 12, 26-28).





Também hoje, no tempo da Nova Aliança, podemos perguntar, quais crianças que desejam aprender mais, sobre o sentido de nossas celebrações pascais. De fato, a Mãe Igreja nos convocou para caminhar pelo deserto quaresmal, em Retiro popular, vivendo na oração, na penitência e na partilha fraterna, entre nós chamada "Campanha da Fraternidade". Estamos a caminho, olhos fitos na Páscoa, onde o Cordeiro Pascal é imolado.





Durante este tempo, passamos pela estrada da misericórdia, Sacramento da Penitência, confessando nossos pecados e recebendo o dom da reconciliação com Deus. Rezamos mais, damos mais tempo para a escuta da Palavra, com a qual o Senhor nos educa, como pai que cuida dos filhos. Como atletas em treinamento, a quaresma é para nós tempo de exercício, renunciando aos alimentos, para valorizá-los mais, mortificando nossos instintos para que a vida em plenitude, que inclui tudo o que é humano, seja bem vivida.





Se nos perguntarem como celebraremos a Páscoa, nossa resposta será simples e profunda: no Domingo de Ramos, fazendo de nossas cidades a Jerusalém do ano 2000, vamos acompanhar Jesus pelas nossas ruas, com plantas e flores das mãos, pois para nós é sempre "Bendito" o que vem em nome do Senhor. Não ficarão fechadas as portas de nossos corações, pois ele é sempre bem vindo. Viveremos três dias de oração e meditação, como que agasalhados na Casa de Betânia ou no Cenáculo. Na Quinta-feira pela manhã, aprendam os nossos filhos, estaremos juntos em torno da Mesa do Altar, para celebrar a unidade da Igreja, nós que fomos ungidos povo Sacerdotal, escolhido por Deus para anunciar o Reino. Dali, da Missa do Crisma, sabemos que nasce o vínculo que une todas as pessoas que, até o próximo ano, serão marcadas com os óleos sacramentais.





Tudo preparado, ao cair da tarde da Quinta-feira Santa, começaremos a Páscoa! Três olhares diferentes para o mesmo mistério.





A Páscoa do Altar é celebrada com o mandamento Novo, o lava-pés e a Instituição da Eucaristia. Ali o Senhor antecipa sacramentalmente o que realiza depois, dando-nos a responsabilidade de participar sempre da Eucaristia: "fazei isto em memória de mim!" A cada ano, mesmo sabendo-nos frágeis como Pedro e os companheiros que com Jesus foram ao Jardim das Oliveiras, após a missa velamos com Jesus sacramentado em oração.





A Páscoa do Calvário é celebrada com a cor vermelha do martírio, o fogo da entrega do nosso Salvador pela nossa Salvação. "Na verdade, Ele carregou os nossos sofrimentos, foram nossas dores que ele suportou, e nós, o considerávamos atingido , golpeado por Deus e humilhado. Ele, porém, era desonrado por causa de nossas revoltas, triturado por causa de nossas transgressões: a sanção, garantia de paz para nós, estava sobre ele, e nas suas chagas encontra-se a cura para nós. Como cordeiro levado ao matadouro ou como uma ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca"(Is 53, 4-5.7). Celebrando sua morte vitoriosa, nós ouvimos a Palavra, especialmente a narrativa da Paixão, unimo-nos em coração, veneramos a Cruz, pois com São Paulo não vamos querer outro título de glória a não ser a Cruz de nosso senhor Jesus Cristo, pois nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou. ( cf. Gl 6,14). Enfim, comungamos o Corpo do Senhor, que está vivo e não morre mais!





A Páscoa da Ressurreição, modelo de todas as celebrações da Igreja, é celebrada por nós na grande alegria da Vigília Pascal. Com as velas acesas na única Luz do Círio Pascal, queremos que "a Mãe Igreja se alegre, erguendo as velas deste fogo novo, e escute, reboando de repente, o Aleluia cantado pelo povo." (Proclamação da Páscoa). No aconchego da noite, ouvimos os grandes feitos do Senhor na história da Salvação, até chegar à maior de todas as maravilhas, a Ressurreição do Senhor. Então, participamos do Batismo e renovamos as promessas nesta festa de aniversário de nossa entrada na Igreja! Assim renovados, vamos ao altar da Eucaristia para alimentar-nos do Pão da vida, certos de participarmos com ele da vida que não se acaba. Voltando a nossas casas, continua a festa, "não com fermento velho, nem com fermento de maldade ou de perversidade, mas com os pães ázimos de pureza e de verdade"( 1 Cor 5, 8).

Entrego nas mãos dos pais e mães de família, com filhos de todas as idades, nossos costume de celebrar a Páscoa. Com o jeito que é próprio da família, transmitam o que receberam e venham celebrar, com o aleluia no rosto, felizes por saberem que Cristo é nossa vida! Santa Páscoa para todos!



Autor: Dom Alberto Taveira Corrêa

Arcebispo Metropolitano de Palmas

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